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O desafio de correr 12 maratonas em 2012

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Até agora, Ney Cayres já correu quatro maratonas

Ney Cayres, dentista e ultramaratonista, lança-se este ano em mais um desafio: participar de 12 maratonas. Mas ele tem um obstáculo: encontrar tantas maratonas que combinem com a sua agenda de trabalho. Em muitas delas, inclusive fora do país, Cayres é obrigado a viajar no sábado e retornando no dia seguinte, logo após a maratona.

Até o mês de maio, ele já correu em Roma, Belo Horizonte, Lima (Peru) e Porto Alegre.  A próxima é no dia 17 de junho, em São Paulo. Ao longo do ano, a cada prova, um curto relato com informações básicas e dicas da cidade e da própria maratona, que será publicado aqui no Papo de Corrida.

Antes, porém, uma rápida entrevista com o autor da façanha

Há um consenso entre a maioria dos treinadores de que o ideal seria um maratonista correr apenas duas maratonas anualmente, no máximo. Você pensa assim?
Evidentemente, penso que eles, os treinadores, estão corretos. No entanto, o que pode ser bom para mim, não seja para a maioria dos outros maratonistas. Acho que tanto o atleta amador quanto o de elite tem a sua individualidade, a sua resposta biológica diferenciada defronte à corrida chamada de “endurance”. Isto porque envolve uma gama de variáveis, como genética, disposições de fibras musculares lentas, memória muscular sedimentada em muito tempo de treinos e quantidade de maratonas já realizadas.

2- Há também uma ideia generalizada de que correr maratona envelhece precocemente. Correr tantas maratonas em apenas um ano não acelera ainda mais esse envelhecimento?
Primeiro, eu não concordo com este envelhecimento precoce. Este mito surgiu porque vemos sempre os maratonistas de elite na televisão com o aspecto envelhecido, cansado. É evidente que em atletas de elite, todos eles, a produção de radicais livres é estratosférico, devido ao treino diário gigantesco, extenuante e quase sem descanso. No entanto, para os maratonistas amadores que treinam muito menos e são equilibrados, sem cair naquela competição insana, a coisa é diferente. É só ouvir o corpo reclamar. E fazer o descanso necessário.

3 – Então, como serão estas doze maratonas deste ano?
Bem, em janeiro e fevereiro não corri nenhuma. Para compensar, no entanto, vou correr três maratonas em junho. Um mês frio e é quando acontece muitas maratonas no Brasil. Isto facilita bastante conseguir enfrentar este desafio. O resto dos meses vou correr uma maratona por mês. O que acho até razoável.

4-  Em quem você se inspira como motivação para os treinos?
Eu conheço a biografia de muitos corredores de fundo, tais como Alberto Salazar, Frank Shorter, Emil Zatopek, Bill Rodgers,  Abebe Bikila,  já que corro maratonas há mais de trinta anos. E venho conhecendo lentamente estas lendas do esporte através de leituras. Mas o que me impressiona enormemente é o feito do americano Dean Karnazes. Também tem o brasileiro Márcio Villar, um ultramaratonista do quilate de Dean Karnazes. Márcio é um ultramaratonista excelente. Se vivesse nos Estados Unidos, certamente seria tão célebre quanto Dean Karnazes. Então, freqüentemente eu revejo os vídeos e releio os livros que contam a história desses atletas excepcionais. Além do fato de carregar sempre em mente que possuo uma genética desfavorável em relação ao metabolismo. Isto me faz estabelecer limites. Eu balizo o meu peso de nunca ultrapassar o limite estabelecido. Quando por algum relaxamento chego perto, uma luz amarela dentro de mim se acende e eu volto a treinar mais, com mais rigor. Em resumo, são estes fatores primordialmente que me inspiram para treinar indefinidamente. Claro, além do fato de ser corredor, a minha religião.


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